Gazeta Do Rio Pardo

Ela superou a Covid-19: “Tive medo de morrer”

Mesmo após passar 58 dias no hospital, Renata venceu a Covid

Renata passou 50 dias na UTI, foi intubada, sofreu AVC e uma parada cardíaca

Quando a pandemia começou, há quase dois anos, pouco se sabia sobre o “novo coronavírus”. Passados cerca de 20 meses, algumas informações relacionadas ao vírus ainda são desconhecidas, para especialistas e a população em geral. O certo mesmo é que a doença causou reflexos na saúde, economia, danos emocionais, entre outros inúmeros fatores que devastaram a sociedade como um todo. Mais de 600 mil pessoas perderam a batalha, mas houve quem superasse o vírus desconhecido.  

A rio-pardense Renata da Silva Miotto Ferraresi, de 49 anos, foi vítima da Covid-19 e passou por momentos apreensivos durante o período em que ficou no hospital para tratar a doença. A auxiliar de desenvolvimento infantil é considerada um caso milagroso para os profissionais da saúde que a atenderam. Renata contou ao jornal sobre sua batalha contra a Covid-19.

“A doença mudou minha vida, a de minha família, e de grande parte dos meus amigos. Tudo começou quando meu esposo teve a doença, procuramos ajuda médica e ele foi diagnosticado, não com Covid, mas com dengue. Foi um engano, e com isso eu também acabei pegando a Covid. Minha família toda foi diagnosticada, mas somente eu tive uma forma bem grave da doença”, contou.

Os primeiros sintomas relatados por Renata foram dor de cabeça e falta de ar. “Aguardei vaga no Pronto Socorro por algumas horas e fui internada já com 75% do pulmão tomado pela doença”, completou.

Internada por 58 dias

“Tive medo de morrer, e com o passar dos dias fui piorando. Passei pela UTI Covid onde fiquei 21 dias intubada, com apenas uma máquina respirando por mim. Já estava com 100% do pulmão comprometido. Ninguém entendia a minha força, a luta pela vida”.

Renata precisou fazer uma traqueostomia durante o tempo que permaneceu internada. “Essa doença é muito triste. Te afasta da família, dos amigos. Você só tem Deus, e era o que me bastava naqueles momentos de solidão extrema. Tinha também os enfermeiros e médicos, que foram verdadeiros anjos ao cuidar de mim”, lembrou.

“Fiquei no hospital por 58 dias, sendo 50 só na UTI. Entre a UTI Covid e a geral”, relatou.

Fé e sequelas

Fé é um atributo que não falta no coração de Renata. Ela contou que durante o tempo que permaneceu internada, teve algumas experiências com Deus.  “Ele dizia que eu não ia morrer e que a doença não seria para minha morte. Algumas pessoas foram cantar na frente do Hospital, e Deus me prometeu que Ele ainda ia cumprir muitas coisas em minha vida, que eu ainda não tinha vivido. A minha fé, junto com a fé de meus familiares e amigos, me fazia forte”, destacou.

Renata ainda tem dificuldade para andar, pois adquiriu uma lesão no músculo tibial como sequela. Durante o período em que ficou intubada, teve um AVC e uma parada cardíaca.

Renata da Silva Miotto Ferraresi, após receber a vacinação

“Tive que reaprender a falar, a andar, comer. Foram 58 dias com sonda de alimentação sem beber água, somente com espessante”, contou.

“Ainda estou em recuperação com algumas sequelas e estou lutando para ameniza-las dia a dia, contando sempre com a ajuda da fisioterapeuta e dos médicos que me dizem a cada consulta que eu sou um milagre”, afirmou.

Renata agradeceu aos familiares, amigos, e também a Deus pela oportunidade de estar viva.  “Gratidão é minha palavra preferida”, encerrou.