Gazeta Do Rio Pardo

Döhler mantém demissões e paralisação da fábrica

Segundo as informações obtidas no ano passado, 138 pessoas trabalhavam na linha de produção da empresa

Representantes da empresa, funcionários e Sindicato se reúnem nas próximas semanas para homologar as demissões

A Döhler está nos procedimentos finais para encerrar as atividades em São José do Rio Pardo, medida que foi anunciada aos colaboradores em 3 de setembro do ano passado, dando início a um plano de demissão dos quase 180 colaboradores, entre aqueles do próprio quadro e os terceirizados.

A unidade local atuava na produção, comercialização e fornecimento de ingredientes para a indústria de alimentos e bebidas, estando ativa desde 2017, quando foi adquirida da Cargill. De lá para cá, veio num processo de enxugamento do quadro de funcionários. Em 2017, eram 249 colaboradores.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Alimentícias de Tapiratiba e São José do Rio Pardo, o plano de demissão dos colaboradores seguiu o programado, desde de dezembro, e os últimos atos devem ser formalizados após o dia 15 de maio. Apesar disso, o presidente Marco Antonio de Souza diz ter esperanças de que a unidade ainda possa reverter a decisão.

Para ele, uma das possibilidades seria a venda da planta industrial para outra empresa, o que foi especulado, mas não se confirmou até o momento.

Últimos empregados

Segundo apurado pelo jornal, menos de 20 funcionários estão sendo mantidos na empresa, para serviços de vigilância e manutenção dos equipamentos. A caldeiraria ainda não foi desligada.

O Sindicato não informa sobre o pacote a ser oferecido aos trabalhadores no ato das homologações das demissões. Foram feitas propostas e contrapropostas, mas nada está formalizado. Mas, conforme as informações levantadas, estariam inclusos a continuidade do plano de saúde – por seis meses, ou negociado no caso de problema de saúde na família; pagamento de vale alimentação também por temo a ser pactuado e um valor em indenização.

Planta existe desde a década de 1960

O anúncio sobre fechamento da Döhler surpreendeu o município em 3 de setembro do ano passado, quando a empresa deu início a um plano de demissão dos colaboradores, do quadro próprio e terceirizados.

Dias depois, o prefeito Márcio Zanetti e o presidente da Câmara, Rafael Kocian, dizem que se reuniram com a diretoria da empresa para tentar reverter a situação, mas disseram não ter obtido sucesso.

A empresa não confirmou a reunião, mas o plano de demissão permaneceu, com a dispensa de funcionários em dezembro passado e em abril deste ano, prazo marcado para o fechamento da indústria.

Segundo as informações obtidas no ano passado, 138 pessoas trabalhavam na linha de produção da empresa, havendo ainda outras dezenas nas áreas de administração, portaria e terceirizados. 

A planta da Döhler de São José do Rio Pardo começou como Laticínios Poços de Caldas, na década de 1960; depois se tornou Danone, Smucker e Cargill.

Não respondeu

Ao longo da semana, Gazeta encaminhou e-mail ao setor de Marketing e Comunicação da empresa, perguntando sobre o processo de fechamento, sobre as demissões, mas até essa sexta-feira não houve retorno.