Gazeta Do Rio Pardo

Crise na Santa Casa prejudica curso de Medicina, diz Arten

Crise na Santa Casa prejudica curso de Medicina, diz Arten

 

Em mais uma sessão de debates sobre os problemas enfrentados pela Santa Casa, na última segunda-feira (11), na Câmara Municipal, os vereadores ouviram esclarecimentos do UniFAE em relação à situação do hospital, em busca de possíveis medidas a serem tomadas pelo Legislativo sanjoanense.

Esteve presente na reunião o reitor do Centro Universitário, Francisco Arten, que destacou a parceria do UniFAE com a Santa Casa e os aportes financeiros realizados pela Instituição desde 2017, quando a parceria foi firmada junto à Prefeitura de São João e a Irmandade.

Ao contrário do que era imaginado, segundo o reitor, o UniFAE não é responsável pela administração do hospital. Arten revelou que o convênio criado foi para que o Centro Universitário pudesse inserir os alunos de Medicina junto às atividades práticas necessárias para a graduação.

“Entre aportes diretos para custeio, pagamentos de médicos preceptores e alunos do internato de Medicina, alunos estagiários de outros cursos e Imposto de Renda retido na fonte e repassado pela Prefeitura, mais de R$ 6,5 milhões de reais foram colocados no hospital desde 2017”, pontuou Francisco Arten.

PROBLEMAS PARA O CURSO
Devido à situação da Santa Casa que, assim como revelado pelo O MUNICIPIOnas últimas edições, está com falta de materiais básicos, interrompeu a realização de cirurgias e constantemente possui paralisação da equipe médica por conta de atraso no pagamento de salários, os estudantes de Medicina estão sendo encaminhados a, até mesmo, hospitais da capital paulista para conseguirem concluir o internato obrigatório para a graduação.

“Estamos trabalhando para que isso não atrapalhe o curso de Medicina, preparamos uma situação de emergência para que pelo menos os nossos alunos tenham todas as necessidades atendidas. Muita gente questiona o motivo que não damos mais dinheiro para o hospital, mas isso não é possível por questões burocráticas junto à lei. Não tenho mecanismo legal para destinar mais dinheiro. O recurso que repassamos é justamente para que o hospital adquira os materiais necessários para os nossos alunos, mas, infelizmente, devido à situação crítica da Santa Casa, isso não está ocorrendo”, destacou.

Arten relembrou, ainda, que quando o convênio triplo entre prefeitura, Santa Casa e UniFAE foi pensado, havia a possibilidade de o Centro Universitário assumir a administração do hospital. Entretanto, ele salienta que não foi feita toda burocracia necessária para isso ter sido colocado em prática.

“Na época era necessário que um mecanismo legal fosse criado, para que a gente pudesse assumir a administração. Mas isso não foi feito na ocasião. Se esse interesse ainda existir, basta que se crie esse mecanismo e o UniFAE possa cuidar de toda parte administrativa. Isso não é simples, só que basta uma vontade conjunta para que isso dê certo. Independente de isso ser feito ou não, os problemas da Santa Casa precisam ser resolvidos de maneira conjunta ou, então, vamos acabar perdendo o hospital”, disse.

DÍVIDA
Durante a explanação aos vereadores, Francisco Arten mostrou preocupação com a atual dívida da Santa Casa que, de acordo com ele, já chega a cerca de R$ 70 milhões. “Muita gente fala em vender a fazenda para quitar a dívida, no entanto, o montante já chega a ser maior. Para que a fazenda seja vendida, é necessário fazer uma reestruturação geral no hospital”.

NO HOSPITAL E NA SAÚDE PÚBLICA
O reitor do UniFAE explicou que o Centro Universitário está presente na Santa Casa com estagiários de Fisioterapia, Psicologia, Farmácia e os alunos de Medicina (Internato) que, supervisionados por médicos (preceptores), atendem nas áreas de Clínica Médica, Saúde da Família e Comunidade, Ginecologia e Obstetrícia e Pediatria.

Em relação à Saúde Pública de São João, Arten pontua que a atuação do UniFAE junto à comunidade vai além dos investimentos na Santa Casa. Em outras parcerias com a prefeitura, o reitor destaca que o Centro Universitário mantém o Ambulatório Médico, com médicos em diversas especialidades e que tem sido aprovado e elogiado pela população.

Além disso, ele relembra que médicos e alunos supervisionados dos cursos de Medicina, Fisioterapia e Farmácia atuam diretamente também no atendimento da população nos PSF, Posto de Saúde da Família.

“No segundo semestre do ano passado, mais de 11 mil pessoas receberam atendimento de qualidade no Ambulatório Médico e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Jardim São Paulo e Jardim Azaléias”, completou.