Gazeta Do Rio Pardo

Covid-19: Testagem será ampliada para casos leves e suspeitos

O infectologista Marcelo Galotti e a responsável pela Vigilância Epidemiológica, Gisele Flausino

Protocolo para ampliação dos testes será implantado a partir da semana que vem

Sexta-feira, dia 3 de julho, o infectologista Marcelo Galotti e a responsável pela Vigilância Epidemiológica, Gisele Flausino, participaram do ‘Jornal do Meio Dia’, na rádio Difusora, para fazer um balanço relacionado ao coronavírus na cidade, durante a última semana.  

Segundo Gisele, os suspeitos isolados, monitorados e casos leves farão o teste para covid-19 ao final da quarentena, quando completarem 14 dias de isolamento.  

“O que acontece com a questão dos positivos, é que está tendo uma oferta de testagem maior, tanto pelo SUS, que vamos começar a partir da semana que vem com o protocolo já implantado nas unidades, quanto via particular. A tendência é que aumentem os números de casos. Se você testa mais, terá mais positivos. Mas acredito que estamos dentro do esperado”, disse Gisele.

Respiradores

“Nesse momento existe um movimento da parte do estado junto com o secretariado dos municípios, pleiteando a complementação desses aparelhos para conseguirmos o quanto antes equipar esses leitos por completo. Mas infelizmente não sabemos precisar o prazo para receber o resto dos aparelhos, mas já são solicitações municipais via DRS e estado. Não é só o respirador que compõe um leito de UTI. Existe uma infraestrutura muito grande por trás disso. Precisa de monitores, leitos específicos que contemplem toda a aparelhagem, mas recebemos só o respirador, então ainda falta esse complemento”, declarou.

Flexibilização

“O que vai impactar a flexibilização, no sentido de avaliação regional, é ocupação de leitos, a retaguarda a nível de serviço, e não tanto os casos positivos”, disse Gisele.

“A Avaliação é regional, São José não será avaliado individualmente, e acredito que a cidade está fazendo sua parte. Mas essa passagem é global, vemos cidades como Aguaí e Mococa com algumas dificuldades. A avaliação depende do conjunto, mas não poderão reclamar de São José”, afirmou Marcelo.

“Estamos dependendo muito do decreto estadual. Temos algumas pendencias, uma delas é academia. Como médicos a vida toda propomos as pessoas que façam exercícios físicos. É com muita dor que de alguma forma façamos limitações as academias, mas é preciso que as pessoas entendam o motivo. A academia tem um problema, a principal forma de transmissão do covid-19, é tosse e espirro, que ultrapassa o distanciamento de 2 metros, e passa a ter até 5 metros de risco. Quando o indivíduo está fazendo exercício físico, fica ofegante e passa a funcionar como se estivesse tossindo ou espirrando. Mas temos uma vontade muito grande de normatizar, tivemos encontro com o pessoal das academias, o Iury ( proprietário da Atletic Comp e diretor- presidente do DEC) é uma pessoa muito prestativa, afim de fazer bem feito, e isso é algo que temos expectativa que possa mudar”, revelou Marcelo.

“A segunda coisa são as igrejas. Estamos em uma tristeza muito grande, porque durante todo o caminho da epidemia de covid, falamos de economia, desemprego, escolas. E hoje vemos que um dos principais problemas, é o lado emocional. As pessoas estão sentindo muito a quarentena, as limitações, avós que não podem ver netos, essas coisas todas. Temos na igreja uma parceria fantástica nesse ramo, proporciona um respaldo emocional para as pessoas. Mas o maior problema do covid é o agrupamento, isso ocorre na igreja, o segundo problema é a ventilação. Os templos como regra não são bem ventilados. O terceiro problema é que o covid mata idoso, que é o maior frequentador”, conta o médico.

Vacinas

“O recorde de produção de urgência de vacina no mundo, é a vacina contra o ebola, que no cumprimento de todas as suas fases, levou cinco anos. A boa notícia é que para o covid não precisaremos esperar cinco anos. Estamos conscientemente esperançosos de que as vacinas começarão a aparecer no começo do ano de 2021. Tanto pela qualidade das parcerias científicas, quanto dos institutos envolvidos, como o Butantã entre outros. Estamos muito contentes com essa evolução de vacinas, são 136 no mundo em investigação, algumas como a de Oxford e essa do Butantã em parceria com a China estão bem adiantadas e acenam para um uso bastante precoce, o maior recorde de rapidez na produção e uso de vacinas”, encerrou.

Cidade registra 6º óbito por coronavírus

A Vigilância Epidemiológica confirmou a 6ª morte causada pelo Covid-19, em São José do Rio Pardo, na manhã dessa quinta-feira, dia 2 de julho.

A paciente era uma mulher de 94 anos que tinha como comorbidades, diabetes, cardiopatia e hipertensão arterial. Ela havia sido internada na Santa Casa no domingo,28, e faleceu dia 1º, quarta-feira.

A Vigilância informou ainda que na manhã de quinta-feira, foi descartado o segundo óbito suspeito da doença ocorrido na semana passada. Por enquanto, o município não tem mais casos de mortes suspeitas.