Gazeta Do Rio Pardo

Coronavírus: Cidade tem 14 novos casos positivos por dia

Gisele Flausino, enfermeira responsável pela VE, e Juliana Flausino, secretária municipal da saúde

Segundo secretária municipal da saúde, uma das maiores dificuldades é contatar os monitorados

Sexta-feira, dia 28 de agosto, Gisele Flausino, enfermeira responsável pela Vigilância Epidemiológica, e Juliana Flausino, secretária municipal da saúde, foram entrevistadas no “Jornal do Meio Dia”, da rádio Difusora, para relatar a situação da pandemia na cidade, e falar sobre o aumento de casos de coronavírus no município, que somam 617 até o momento.

“Estamos com 617 casos confirmados na cidade. Gostaria de destacar que esse número é acumulado, contamos desde o primeiro caso que tivemos na cidade. Mas hoje, temos 179 pacientes ativos com a doença. O que é um dado que nos preocupa muito, em relação a transmissão sustentada no município, que já está ocorrendo há algum tempo”, disse Gisele.

“Tivemos uma pequena melhora no número de internados. Temos uma característica, que as pessoas hoje internadas, tem uma faixa etária muito alta. Paciente com 85 anos, outro com 77, o mais novo hoje tem 63 anos. Essa característica mudou no cenário da cidade, porque há 20 dias tínhamos um quadro diferente. Eram pessoas mais jovens que estavam internadas, de 40, 50 anos. Hoje temos menos internados, mas a faixa etária é crítica para uma complicação”, afirmou.

Tempo de recuperação

“Sem contar os pacientes agravados e internações hospitalares, a média de tempo de recuperação das pessoas que contraem o vírus, dos casos leves, costuma levar 14 dias, que é o período que colocamos a quarentena. Os 14 dias são referentes ao período de incubação da doença até a transmissão. Nesses casos leves, a pessoa para de transmitir ou diminui essa transmissão a partir do 14º dia. Fazemos esse acompanhamento para poder liberar os pacientes para terem alta. Quando passa esse período de 14 dias, se a pessoa não apresentou nenhum agravo, não foi internada, já é considerada recuperada”, completou a responsável pela VE.

Monitorados

“Hoje temos 179 doentes no município, esses são os que consideramos como monitorados, junto com seus comunicantes. Se a pessoa não está internada, ao passar pela Unidade de Saúde, ela assina um termo, e nesse documento ela será orientada de como deve se comportar durante esses 14 dias. Esse monitoramento, na maioria das vezes, fazemos por contato telefônico. Muitas pessoas colocam no termo o número que usam exclusivo para WhatsApp. Quando vamos entrar em contato por ligação, não conseguimos falar com a pessoa. Então gostaria de reforçar para as pessoas que entrarem como suspeitas e tiverem que assinar o termo, que coloquem um número de telefone que utilizam para ligações, porque pelo aplicativo não conseguimos monitora-las. A visita domiciliar só ocorre quando há um agravamento no caso”, explicou Juliana.

Média de casos diários

“Nossa média de casos diários aumentou. Antes eram 12 por dia, agora subiu para 14 novos casos. Estamos variando de casos ativos, uma média de 160 casos. Dia 20 de agosto foi nosso pico, tivemos 184 casos, e agora estamos percebendo uma queda gradual. No nosso acompanhamento, nos preocupamos muito, porque temos muitos casos ativos no município. Se formos comparar com o andamento dos casos da região, a nossa cidade é uma das que tem um maior número de casos ativos. Mas aos poucos os casos ativos estão caindo”, afirmou.

Fiscalização

“A doença só vai ter uma proporção mais tranquila, quando cada um entender o seu papel. Muitas vezes recebemos denúncias, que a pessoa está com a doença e está frequentando algum lugar. Nós orientamos a pessoa, reforçamos que ela deve ficar em casa, mesmo que já saiba disso. Mas enquanto a pessoa não se responsabilizar, vamos ter muita dificuldade em controlar isso”, disse a secretária.

“Os segmentos que permaneceram abertos após passarmos para a fase laranja, estão seguindo à risca tudo o que foi protocolado. A Vigilância Sanitária já fez 160 visitas em agosto. Dentro dessas visita, não foi necessário acionar a fiscalização, que é quem pode autuar os estabelecimentos. Nossa maior dificuldade até o momento, que optamos por segurar, são os bares. O bar é um espaço onde temos dificuldade em controlar o comportamento das pessoas. Até pelo uso da bebida alcoólica, que acaba sendo um momento de maior relaxamento. Mas vamos nos unir em uma reunião com esse segmento e ver o que podemos fazer para liberar aos poucos”, relatou Juliana.

Leitos

“Hoje temos cinco leitos na UTI só para covid, quatro leitos com suporte respiratório, e mais cinco para enfermaria clínica. O Pronto Socorro tem seis leitos prontos para receber pacientes com coronavírus e suspeitos. Estamos fazendo mais de 200 atendimentos de casos suspeitos no PPA Central e no PS. Temos toda a estrutura para prestar atendimento, mas não queremos que isso seja comprometido de uma forma rápida e drástica. Não queremos trabalhar no limite. Precisamos da colaboração de todos”, pediu a secretária.

Festas clandestinas

“Não é o comércio e o estabelecimento que está impactando nos casos. É o clandestino, as festas que as pessoas fazem escondidas, para 20 pessoas, sabendo que esse não é o momento”, encerrou.