Gazeta Do Rio Pardo

Contaminação de combustíveis da aviação ainda não afetou os aviões do Aeroclube

Hangar com alguns aviões do Aeroclube de São José do Rio Pardo

Problema vem ocorrendo em vários Aeroportos do país e preocupa a ANAC; em São João da Boa Vista, 3 aviões foram afetados

Os aviões que são usados pelo Aeroclube de São José do Rio Pardo e mesmo os de empresários particulares que ficam estacionados no Aeroporto rio-pardense não apresentaram, até o momento, qualquer problema com o combustível. A possível contaminação da gasolina de aviação (AVGAS) em vários Aeroportos do Brasil foi denunciada à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) em junho e vem sendo averiguada até pela ANP (Agência Nacional de Petróleo). Pelo menos 73 aeronaves de menor porte apresentaram problemas de corrosão em tanques e peças mecânicas no país, inclusive em São João da Boa Vista.

Antônio Carlos Cerboni (Toninho), presidente do Aeroclube de São José, disse esta semana ao jornal que os aviões ali estacionados têm voado pouco desde o início da pandemia, mas assegurou que não houve, em nenhum deles, os problemas ocorridos em outros Aeroportos. São João da Boa Vista teve 3 aviões afetados pelo combustível suspeito, oriundo, segundo se sabe, do México. O Aeroclube de lá, presidido por Josué Vieira Filho, chegou a suspender temporariamente o abastecimento, que é compartilhado, ou seja, um tanque comum destinado às aeronaves dos proprietários e associados.

Pandemia reduziu voos

Toninho Cerboni explicou que “desde o início da pandemia o Aeroclube está devagar, tendo apenas um aluno, de Vargem Grande do Sul, que vem esporadicamente e faz um voo”. Os voos panorâmicos, porém, continuam acontecendo aos sábados e domingos, embora também tenham registrado uma redução nos últimos meses.

Além da pandemia, uma mudança exigida pela ANAC também vem contribuindo para a redução temporária das atividades no Aeroclube rio-pardense. “A ANAC está mudando os Aeroclubes em CIAC, Centro de Instrução de Aviação Civil, e impôs uma série de regras. Tivemos que mudar, por exemplo, a cerca de proteção do Aeroporto e providenciar algumas correções na documentação do Aeroclube. Estamos aguardando uma nova inspeção da ANAC, mas acho que, enquanto durar essa situação, ela poderá demorar. Mas os documentos estão agora em ordem”, comentou Toninho.

Aeromodelismo


Três aviões tiveram problemas no Aeroporto de São João da Boa Vista

Se as atividades do Aeroclube estão devagar por conta da pandemia, as dos proprietários de aeromodelos, que vão todo sábado e domingo ao Aeroporto de São José, não foram afetadas. Aos sábados, principalmente, donos dos pequenos aviões e helicópteros da cidade e de municípios mais próximos continuam se reunindo. Eles aproveitam o amplo espaço do lugar para manter algum distanciamento e, com isso, fazer seus aparelhos voar.

Gasolina de aviação só é usada em aviões menores

A AVGAS, sigla da gasolina usada na aviação civil, só é utilizada em aeronaves da aviação geral de menor porte (mono ou bimotor), não afetando as aeronaves de maior porte que atendem voos regulares de passageiros. Atualmente, são cerca de 12 mil aeronaves com esse tipo de abastecimento no Brasil, segundo informações que a Gazeta obteve junto a ANAC. 

A ANAC divulgou ainda que, desde o recebimento das primeiras denúncias, ela iniciou imediatamente um grupo de trabalho para acompanhamento da possível contaminação da AVGAS. Como primeira medida, a ANAC comunicou a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), da Aeronáutica, além de solicitados os reportes dos operadores de aeronaves que identificaram problemas em suas aeronaves.