Gazeta Do Rio Pardo

Consultor empresarial fala sobre plano de retomada da economia

Gerson Martinez durante entrevista para a rádio Cidade Livre

Segundo Gerson, marketplace é indispensável neste momento de retração econômica provocada pela Covid

O diretor e consultor empresarial da ACI de Mococa, Gerson Martínez, tem mais de 45 anos de experiência no mundo empresarial, tendo atuado em pequenas, médias e grandes empresas. Gerson concedeu uma entrevista à rádio Cidade Livre, no dia 4 de maio, para falar sobre um plano de retomada da economia que ele desenvolveu junto com a ACI.

Pensando nos microempresários rio-pardenses, a Gazeta reproduziu a entrevista com dicas e estratégias para que os empreendedores possam se recuperar e continuar empreendendo em tempo de crise.

Plano de Retomada

“Temos um Núcleo de Desenvolvimento Econômico Social dentro da ACI de Mococa, onde praticamos algumas ações e elaboramos projetos. Diante do quadro da pandemia, não podíamos fazer algumas coisas presenciais, obviamente. Com isso lançamos um canal de atendimento aos associados no que tange a negociação de boletos, tributos e locações. Com o caminhar da situação, estamos vendo que a retomada será em breve. Então para nos adiantarmos, colocamos umas estratégias para essa retomada baseados nas lições que cada um de nós aprendeu com essa pandemia. Dentro das lições temos que encontrar novas formas para atender as novas necessidades dos clientes”, explicou.

“Devemos aprimorar o produto com relação ao trabalho remoto. Muitas pessoas não faziam o Marketplace e agora serão obrigadas a fazer. Muitos não estavam acostumados a fazer a compra por e-commerce e agora terão que fazer. O empresário tem que se adaptar a essa nova realidade”, completou.

“Outro ponto é configurar o status de trabalho. A pessoa pode ficar na loja, na empresa, fazer home office como está fazendo agora. A pessoa precisa ter essa flexibilidade no status de trabalho”, destacou.

“Preservar a cultura da empresa é essencial. Muitos deixam para lá esse tipo de coisa, mas é muito importante. Devemos apoiar fornecedores e pequenas empresas aliadas, porque são essas que vão ajudar em uma emergência”, disse.

“Manter a carteira de clientes. A manutenção da carteira de clientes, é feita mais para clientes ativos, os inativos até descontinuam as vezes. Esses clientes inativos em uma situação dessas, são importantes, porque você pode reativa-los. Fazer previsões de estoque, de compras e vendas, para monitorar. Por último, elaborar um plano de contingência. É de extrema importância que seja feito, imaginando qualquer eventualidade”, ensinou Gerson.

Estratégias

“Primeiro temos que ter regras pré-estabelecidas e seguidas para enfrentar esses desafios com reflexão e resiliência. As pessoas precisam entender que é uma nova situação, na retomada todos estão na expectativa do que vai acontecer. Nesse momento as empresas estarão expostas a uma série de problemas operacionais, riscos estratégicos, como atrasos e interrupções de fornecimento, matéria prima. Vai vir uma onda gigante de desafios. Essas mudanças, como demanda de clientes, aumento de custos, deficiências logísticas que levam ao atraso de entregas”.

“É importante estabelecer equipes ou comitês para definir objetivos a serem alcançados e criar um plano estratégico para que as decisões sejam tomadas o mais rápido possível. Na gestão de estoques, as empresas devem considerar a prorrogação do uso do ciclo das mercadorias. Já acontecia o ciclo de vendas e teve um bloqueio, nesse bloqueio a pessoa vai ter que se preparar para poder ter mercadorias de novo, no marketplace, porque vai ter aumento de custo financeiro e a pressão do fluxo de caixa, que teremos que conviver com ele nesse momento pós pandemia e administra-lo da melhor forma o possível”, declarou.

“Deve ser ajustado o cronograma de pagamento e recebimento, para poder acompanhar o ritmo de vendas pós pandemia, que ninguém sabe como vai ser, e o ritmo de fornecedores para ver como vão entregar a mercadoria. A renegociação de dívidas também é muito importante, porque todo mundo está vivendo esse momento, esse desafio. Nada melhor que uma negociação para que as coisas andem melhor para todo mundo”.

“Outra estratégia que acho importante, é a necessidade de adequação e produtos através do marketplace. Como eu disse anteriormente, as pessoas terão de se adequar a isso. Vão precisar começar a vender por e-commerce, que já é uma ferramenta muito importante. As lojas precisarão ter um setor de e-commerce. Uma das estratégias é contemplar a oportunidade de comercializar novos produtos. Fazer com que o cliente compre mais de um produto ou serviço”, completou.

Home office

“Sou adepto ao home office faz muito tempo. O funcionário ou empreendedor que é disciplinado, consegue fazer home office com uma produtividade maior, isso é constatado estatisticamente. Mas isso quando a pessoa é disciplinada. A produtividade é grande porque ela se concentra mais no que está fazendo. Quando o funcionário ou empreendedor está na empresa, tem que dar atenção a várias situações. Já no home office ele vai se concentrar”, explicou.

Delivery

“O delivery já é algo muito presente. Já temos delivery há alguns anos, e continua fazendo sucesso. Agora por conta da pandemia, obrigatoriamente, as pessoas tiveram que fazer isso. O empresário tem que buscar e se adequar a isso. Ele precisa ter a situação física também, porque tem gente que gosta de comprar fisicamente, de ver, tocar, experimentar, mas o delivery é necessário”, encerrou.