Gazeta Do Rio Pardo

Cirurgião fala sobre benefícios da vídeocirurgia

Lucas Filene Batistela, diretor técnico da clínica Digastro e cirurgião do aparelho digestivo

Segundo o profissional, 70% das cirurgias já são feitas por vídeo

Nessa segunda-feira, 1º de agosto, o médico cirurgião do aparelho digestivo, Lucas Filene Batistela, diretor técnico da clínica Digastro, localizada na Rua Campos Salles, participou do quadro “Profisional Responde”, do Jornal do Meio Dia, transmitido pela Rádio Difusora. O profissional comentou sobre a técnica da vídeocirurgia referente a operações do sistema digestivo. Além disso, Lucas também falou sobre os serviços oferecidos pela clínica.

Como o próprio nome já indica, o cirurgião do aparelho digestivo é especializado para tratar as doenças presentes no sistema digestivo, que envolve boca, estômago, intestino grosso e delgado, e também os órgãos anexos, como pâncreas, fígado e baço.

De acordo com Lucas, já existem subespecialidades de cirurgias do aparelho digestivo. “Alguns médicos se especializam e operam somente o pâncreas, ou estômago, e temos também os cirurgiões oncológicos. Além disso, o cirurgião de aparelho digestivo atua em alguns exames, como endoscopia e colonoscopia, por exemplo”, revelou.

“Na Digastro temos uma equipe multiprofissional, somos compostos por dois cirurgiões do aparelho digestivo, eu e o Dr. Diego Caldeira, duas nutricionistas, e temos a equipe multiprofissional, que indicamos. Por exemplo, se uma pessoa é atendida com obesidade, ela precisa passar por outros profissionais e temos nossas indicações e convênios”, comentou.

Exames

A clínica Digastro oferece consultas médicas especializadas, além de exames de colonoscopia e endoscopia. O médico explicou a importância desses exames para fins diagnósticos e tratamentos.

“São exames fundamentais para o diagnóstico de muitas patologias do aparelho digestivo. Diversas patologias só são possíveis de serem diagnosticadas com colonoscopia ou endoscopia. O tubo com a ótica na ponta, fornece imagens que possibilitam ver todo o trato de mucosa do aparelho digestivo- o esôfago, estomago e duodeno, no caso da endoscopia. E o reto e cólon no caso da colonoscopia.  A endoscopia é uma espécie de ótica que passamos através da boca. Já a colonoscopia é feita através do canal do ânus”, relatou.

São exames fundamentais para diagnosticar precocemente  algumas doenças e até mesmo para efetuar tratamentos. O exame de colonoscopia, por exemplo, ajuda a fazer o rastreio do câncer colorretal, e é indicado para toda a população a partir dos 45 anos, mesmo sem qualquer sintoma.

“A partir dessa idade, já é indicado pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia, o exame de colonoscopia. Nele normalmente identificamos pólipos, que é o intuito de rastreio oncológico. Nenhum câncer de cólon ou reto começa como algo grande e surpreendente, normalmente se inicia através de um pólipo, que é uma espécie de verruga que cresce na mucosa do intestino. Ela é identificável através da colonoscopia, e pode ser facilmente retirada”, explicou.

De acordo com o especialista, se um pólipo é encontrado no primeiro exame, a amostra é enviada para ser analisada por um patologista. “Se for benigno, normalmente repete-se o exame em um ano. O que vai ditar a periodicidade da colonoscopia, são esses achados. Depende muito de cada caso. Tanto a endoscopia quanto a colonoscopia costumam ser realizadas no período da manhã. A endoscopia exige um jejum de 8 horas. No caso da colonoscopia, o intestino precisa ficar limpo para vermos as mucosas com nitidez e poder identificar as lesões. É feito um preparo com uma dieta laxativa, cerca de dois dias antes”, disse Lucas.

Vídeocirurgia

O médico falou sobre a vídeocirurgia, serviço oferecido pela clínica Digastro, mas somente dentro do ambiente hospitalar. Segundo ele, 70% da atuação do movimento cirúrgico atualmente, é feita por vídeocirurgia.

“As vantagens da vídeocirurgia são inúmeras. Hoje em dia, na literatura médica não é mais discutido comparando o vídeo com a tradicional. A cirurgia por vídeo têm grandes vantagens sobre a convencional. A incisão é menor, ou seja, o trauma cirúrgico, a resposta metabólica do paciente a cirurgia é menor. O tempo de recuperação, a volta para as atividades laborais, é extremamente menor. As complicações cirúrgicas, como sangramento, feridas operatórias, hérnias, a parte estética, tudo no vídeo em relação a cirurgia aberta é melhor nesses aspectos. O paciente recebe alta mais rápido, e o gasto com a cirurgia, por incrível que pareça, é menor apesar do investimento no vídeo ser maior, mas a longo prazo, o gasto hospitalar administrativo também é menor”, relatou.

Segundo Lucas, a precisão da vídeocirurgia costuma ser maior do que na cirurgia convencional, já que a imagem em tela é aumentada. “Eu opero com as pinças, olhando para um visor, que é aumentado e mais nítido, portanto a dissecção cirúrgica é mais precisa”, informou.  

A cirurgia de urgência é dividida em procedimentos traumáticos e não traumáticos. A primeira é relacionada aos acidentes em geral.  “As cirurgias não traumáticas são algumas patologias que se enquadram no que chamamos de abdomens agudos, que pode ser apendicite aguda, colecistite aguda, doenças que não estão relacionadas ao trauma, mas que necessitam tanto de tratamento cirúrgico quanto”, observou.

“Nas cirurgias de traumas relacionados a acidentes, o vídeo ainda é um pouco incipiente, ele está caminhando, porque normalmente esses pacientes são instáveis do ponto de vista hemodinâmico, e essa instabilidade limita um pouco a atuação da vídeocirurgia.  Mas nas cirurgias de emergência não relacionadas ao trauma, o vídeo já está tão consolidado quanto nas cirurgias eletivas”, explicou.