Gazeta Do Rio Pardo

Cidade tem queda de óbitos em pessoas acima dos 60 anos

Dr. Eliezer Gusmão

Mesmo após a 2ª dose da vacina, medidas preventivas não devem ser abandonadas

Durante a última semana, São José do Rio Pardo registrou uma média de 25 novos casos de Covid-19 por dia. De acordo com os números, o cenário da pandemia se mantém estável dentro do município. O médico Eliezer Gusmão, participou nesta sexta-feira do ‘Jornal do Meio Dia”, da Rádio Difusora, e fez um balanço sobre a situação pandêmica da cidade, além de responder algumas dúvidas da população com relação a vacinação e a doença.

“O estado de São Paulo está vivendo uma estabilidade nos números, assim como alguns outros. Temos algumas outras cidades isoladas em que o número de casos continua exorbitante, mas não é nosso caso aqui no município. De acordo com os números, estamos estáveis com uma tendência de queda, o que é um bom sinal. Estamos esperançosos de que continue assim. Mas ainda não está na hora de comemorar, porque o vírus tem pregado peças no mundo inteiro. As cepas podem mudar o cenário”, disse o médico.

Eliezer relembrou que a UTI Covid da Santa Casa está cheia e com ‘casos gravíssimos’. “A enfermaria também está com um grande número de pessoas internadas. Mas em termo de números de novos casos, podemos afirmar que atingiu uma estabilidade”, declarou.

Queda de mortes

Entre o mês de abril e o início de junho, o município registrou 13 óbitos de pessoas na faixa etária de 41 a 50 anos, e 12 mortes entre munícipes de 51 a 60 anos de idade. Outro dado a ser observado, é que o número de mortes entre pessoas acima de 60 anos diminuiu.  Eliezer relacionou a queda de óbitos em idosos com a aplicação da vacinação. “Isso sem dúvida é um reflexo da vacinação, não só na questão dos óbitos, mas também em internações de pessoas acima dessa idade, que caiu drasticamente. “É um sinal evidente de que ela está sendo efetiva. Isso não quer dizer que os mais idosos não estão pegando a doença, eles estão, mas de uma forma tão amena, que não necessitou de internação”, afirmou.

Reinfecção

“Temos observado que as pessoas que já tiveram a doença, que foram vacinadas e que já deu o período de formação de anticorpos no organismo, a chance de reinfecção é mínima. Mas ainda não temos um assertivo de 100% de que a pessoa não poderá mais pegar ou transmitir a doença, tem uma certa incógnita com relação a isso. A chance de transmitir é pequena, mas ela existe”, comentou.

Gripe e Covid

Eliezer explicou que em um primeiro momento, não há como distinguir sem exames a diferença entre os sintomas de gripe e da Covid. “Se você apresenta um quadro gripal, deve procurar um médico para avaliar e acompanhar, porque os sintomas iniciais das duas doenças são muito parecidos. Quadro febril, mialgia ( dor no corpo), tosse, dor de garganta, coriza, são sintomas de ambas as doenças, então não tem como identificar apenas avaliando os sintomas se é uma gripe comum ou a Covid”, informou.

Remédios para tratamento contra Covid

O médico comentou sobre alguns medicamentos destinados ao tratamento contra o coronavírus que ainda estão em estudo. “Estão aparecendo remédios novos para o tratamento contra a doença, mas todos eles ainda estão em estudo, assim como as vacinas. Mas os medicamentos que atuam diretamente contra o vírus, não temos nenhum. Temos antivirais, que são usados em muitas doenças virais, tem uma eficácia, controla, mas ainda não existe nada 100% eficaz. Mas aparecem alguns medicamentos que conseguem bloquear pelo menos a ação do vírus no corpo. Temos um spray da Alemanha e um de Israel, que parece ter uma eficácia de proteção na entrada do vírus, mas não significa que irá mata-lo. Esses medicamentos são usados na tentativa de bloquear a entrada do vírus no organismo”, esclareceu.

Baixa procura pela 2ª dose

Conforme já anunciado pela Secretaria Estadual da Saúde, muitos idosos têm deixado de tomar a 2ª dose da vacina contra a Covid. O médico comentou sobre os problemas gerados pela baixa adesão.  “É um absurdo não voltarem para tomar a 2ª dose. O paciente fica exposto a doença, além de ser um risco para ele, é um risco para a população em geral. Além disso tem um impacto no sistema de vacinação, porque as doses são contadas, se a pessoa não aparece para tomar, acaba atrasando de uma forma geral a vacinação da população brasileira. Acredito que isso seja devido a desinformação, falácias com relação as vacinas, que atrapalham muito. Faço um apelo para que as pessoas que já tomaram a 1ª dose, procurem o Centro de Saúde para tomar a 2ª, para de fato ficarem imunizadas e não expor outras pessoas”, fez o apelo.

Segundo Eliezer, pessoas que pegaram gripe recentemente podem receber a vacina normalmente, assim como pessoas que estão realizando tratamento com antibióticos.

Medidas de proteção após imunização

“Depois da 2ª dose, durante uns 30 dias, ainda não têm uma formação completa de anticorpos que dê uma segurança efetiva a ponto da pessoa não pegar mais a doença. Além disso, essa fase de vacinação, ainda é de estudos, não dá para garantir quanto tempo a imunidade irá durar. Por enquanto não devemos abandonar nenhuma medida de proteção, precisamos aguardar mais estudos que estão sendo realizados no mundo. Enquanto não tivermos respostas seguras, não devemos abrir mão das medidas”, aconselhou.