Comitê de Saúde do município irá discutir retorno do uso de máscaras
Assim como em todo o Brasil, São José do Rio Pardo e região têm enfrentado um significativo aumento de casos de coronavírus, após três meses de calmaria. No mês de maio houve uma ascensão de casos confirmados da doença no município, atingindo a marca de 667 registros positivos. Para comparar, a cidade de Mococa teve 235 casos confirmados. Vargem Grande do Sul registrou 478, enquanto Tapiratiba teve 199 casos em maio. Casa Branca confirmou 284 casos. Entre as cidades vizinhas, a única que teve um número maior de casos positivos comparado a São José do Rio Pardo, foi São João da Boa Vista, com 1.215 apenas no mês de maio.
Na próxima segunda-feira (6), o Comitê de Saúde de São José do Rio Pardo irá se reunir às 19h00. A pauta do encontro não foi informada, entretanto, as questões devem girar em torno das recentes recomendações do Comitê Estadual da Covid para o uso de máscaras, aumento no número de casos e vacinação no município.
Causas
O infectologista Rafael Rodrigues de Queiroz comentou sobre os motivos que levaram ao aumento dos casos da doença.
“A média brasileira de novos casos em abril, ficou em torno de 13 a 14 mil casos por dia, e a última semana de maio, ficou entre 26 e 27 mil casos de Covid. Tivemos um aumento de quase 100%. Acredito que esse aumento tenha ocorrido em decorrência de mais de um fator. Um deles é que o ritmo vacinal brasileiro estagnou, o crescimento da população vacinada diminuiu bastante. Somado a isso, houve uma flexibilização das medidas de isolamento, a liberação do uso de máscaras em determinados ambientes, e além disso temos novas subvariantes da ômicron. Os vírus sofrem mutações constantes, isso é um processo inevitável, nós não conseguimos frear. A transmissibilidade dessas novas subvariantes é muito grande. Felizmente a proporção de casos graves diminuiu, mas o número de casos têm aumentado bastante”, observou.
Segundo Rafael, apesar o aumento de novos casos, graças a proteção vacinal o número de internações e óbitos está reduzido.
Relaxamento das medidas
Para o médico, houve um relaxamento precoce das medidas de proteção. “Em um país bastante populoso como o Brasil, em meses quentes, em que as pessoas circulavam mais, além do Carnaval e outras festas, acho que as medidas foram abandonadas cedo demais”, disse.
Circulação do vírus continua
“É importante deixar claro que as vacinas funcionam contra as subvariantes, mas é preciso entender que elas não impedem a transmissão, a circulação viral continua. O que impede a transmissão é o uso de máscara. Não precisamos de medidas drásticas como isolamento social, fechamento do comércio como já foi necessário. Porém essa flexibilização das medidas foi precoce e fatalmente o número de casos aumentou. O uso da máscara é uma proteção para a própria pessoa e também para os outros”, declarou.
O infectologista falou sobre a permanência do vírus no mundo. “Pouquíssimas doenças foram de fato erradicadas, principalmente as virais. A pergunta é quando a Covid vai se estabilizar e se tornar uma doença endêmica, como a Influenza ou como a dengue. O vírus vai continuar circulando, a questão é o quanto vamos conseguir diminuir e impedir que os casos evoluam como doença, o que é feito com a vacina. Todo ano temos vacina contra a Influenza, doença que se tornou endêmica, e isso também deverá acontecer com a Covid”, encerrou.