Dupla rio-pardense comemora sucesso em toda região como cover de Milionário e José Rico
Há 35 anos na estrada, a dupla rio-pardense Canarinho e Curió, que atua em toda região como cover de Milionário e José Rico, tem muitos motivos para comemorar. Não são poucas as conquistas em todo esse tempo. No ano passado, eles lançaram um DVD com músicas de Milionário e José Rico, além de Mato Grosso e Matias, João Mineiro e Marciano, entre outras.
Já participaram de programas de televisão na TV Mix Regional, em Descalvado, e há poucos meses fizeram a abertura do show da cantora Jayne, em Muzambinho.
Nos próximos meses irão a Limeira, também a convite da TV Mix, para gravar um programa com Guilherme e Santiago. “Tivemos um convite também do SBT, mas conversamos e achamos melhor não ir porque fazemos um trabalho muito sério e achamos que era um pouco de brincadeira, de gozação. Por isso não aceitamos”, dizem.
No dia 14 de maio, Canarinho e Curió estarão em Muzambinho, para fazer show beneficente na praça, com a dupla Regis e Raí e outros artistas. Depois dessa apresentação, no mesmo dia eles farão a abertura do show de Sula Mazurega.
A dupla já tem um LP compacto, lançado em São Paulo após vencer um festival de música em 1984. Os planos, agora, são a gravação do primeiro CD com músicas de Milionário e José Rico. “Mas para lançar cover dependemos de autorização. Temos um amigo lutando pela gente em Americana, vamos ver se conseguimos para o próximo ano”, informam.
O início
O nome da dupla Canarinho (Lupércio Aparecido Ribeiro) e Curió (Flávio Antônio Barreto Inarelli) surgiu a partir de uma brincadeira. “Na época em que a gente formou a dupla, todo mundo tinha um canarinho em casa para alegrar a residência, então escolhemos o nome de um pássaro popular. E Curió foi uma brincadeira que fizemos na época, em que um tirava sarro do outro. Então, como o Milionário falava, eu também falei: ‘Já que você é o Canarinho, tenho que ser uma coisa maior do que você. E escolhi Curió’.”
Canarinho conta que aos cinco anos ganhou um cavaquinho do seu pai e começou a tocar. “Depois, com 11 anos, meu pai me deu uma sanfona de 120 baixos. Eu ficava um mosquitinho atrás dela, mas fui aprendendo. Meu pai era violeiro e isso está no sangue, não adquire porque você quer. Já nasce com o sertanejo nas veias.”
Curió diz que também começou cedo. “É um dom de Deus essa coisa magnífica que é tocar e cantar. A minha família é de artistas. Meu finado tio Paulinho cantou com Belmonte e Amaraí, minha mãe toca violão, viola, piano, sanfona. Meu pai cantava um pouco.”
Influências
Canarinho diz que no início cantava músicas de Amado Batista e Roberto Carlos. Depois, com o reconhecimento dos violeiros Milionário e José Rico, ele acabou deixando a música popular para se dedicar ao sertanejo. “Eu achava lindo eles cantarem. Na época começaram a estourar e bandeei para o lado deles. Depois cantava João Mineiro e Marciano, Trio Parada Dura, Cristian e Ralf.”
Curió foi influenciado, desde pequeno, pelo cantor Sérgio Reis. “Eu me lembro que quando garoto tinha aquelas sonatas pequeninas, e como gostava muito de música, minha avó tinha paixão pelo Sérgio Reis. E eu ficava escutando as músicas com aqueles discos antigos e fazendo a lição da escola, e o ouvido ligado no Sérgio Reis. Peguei gosto pelas músicas dele e, quando ele lançou o Menino da Porteira, comecei a tocar a música no violão e cantar, e fui seguindo a carreira sertaneja. Depois quando o Milionário e José Rico lançaram Ilusão Perdida, comecei também a acompanhá-los.”
Responsabilidade
Curió conta que ser cover de Milionário e José Rico é uma grande responsabilidade. “Eles foram consagrados praticamente em nível mundial. Tanto que a gente leva uma carreira muito séria como cover deles. Temos que agradecer muito a Deus por ter dado esse dom de a minha voz ser parecida com a do José Rico. E ele nunca será esquecido por nós.”
Ele conta que quando recebeu a notícia da morte de José Rico ficou bastante abalado. “Era como um pai para mim, um ídolo da música sertaneja. Mas tenho sempre a impressão de que ele está sempre comigo. Temos que respeitar a vontade de Deus. A gente não sabe o que fala, mas Deus sabe o que faz”, diz Curió.
Para Canarinho, José Rico “foi um sertanejo que deu muito de si pela música, no bom entendimento de levar o nome do Brasil para fora. É o melhor da música sertaneja porque abrange várias áreas, como música romântica, forró. Todos admiraram essa dupla maravilhosa que jamais será esquecida pelo potencial das músicas e pelas letras muito bem feitas que entram no coração das pessoas e comovem.”
Raiz e universitário
Para Canarinho, tanto o sertanejo raiz quanto o sertanejo universitário conquistaram seu espaço na música. “O sertanejo em si, esse que a gente divulga, é o raiz. O que está dominando a área hoje, e que é um trabalho excelente também, é o sertanejo universitário. Um tipo de música que a gente adora, mas é diferente. Independente disso, quem gosta do sertanejo raiz jamais vai deixar de ouvir. Mas ambos estão nas rádios, o pessoal gosta e curte mesmo, tanto os mais antigos quanto os mais novos.”
Curió diz que o sertanejo raiz é “pai e mãe” do sertanejo universitário. “Mas ainda prevalece o sertanejo, e reforçou muito mais com a morte do José Rico. A música sertaneja jamais vai ser esquecida, não vai acabar nunca. O espaço é grande para ela, não tem idade.”
Contato para show – (19) 98901-3892, com Flávia ou Júlia.
Fonte: Gazeta do Rio Pardo