Gazeta Do Rio Pardo

Câmara homenageia maestro Agenor com título de ‘cidadão rio-pardense’

Agenor, ao centro, exibe o título recebido pela Câmara, com os vereadores ao lado

Ele faz parte da identidade cultural de Rio Pardo, diz a diretora de cultura

O maestro Agenor Ribeiro Neto, nascido em Caconde, recebeu o título de Cidadão rio-pardense na sessão solene da Câmara Municipal, na noite de terça-feira, 2 de julho. O título foi proposto pelo vereador Pedro Giantomassi e aprovado pelos demais vereadores.

Durante sua trajetória, Agenor contribuiu com a cidade através do FEMP- Festival de Música da Primavera, que durante as décadas de 80 e 90 figurou entre um dos principais festivais de música popular do Brasil. Além disso, ele também criou a Fábrica de Expressão, atuou no comércio da cidade e participou efetivamente da Fanfarra da Guarda Mirim, entre outras atividades relevantes. Atualmente ele reside em Poços de Caldas.

“Essa homenagem marcou a minha vida e de minha família que esteve aqui presente. Foi extremamente emocionante, me sinto grato. E é extremamente importante para mim hoje, falar que sou um cidadão rio-pardense. Não tenho palavras para agradecer. O que mais me marcou foram todos os amigos que deixei. Foram coisas pontuais, a Fanfarra da Guarda, a natação do Rio Pardo, a Fábrica de Expressão, foram muitas coisas. São José foi a cidade em que vivi meus sonhos. Esse título chegou na hora certa, ficou com um gostinho de missão cumprida, não passei a vida em branco”, agradeceu.

 Convidados elogiam

Ana Paula Pereira de Lacerda, diretora de cultura, comentou sobre a homenagem.  “A cerimônia foi maravilhosa. Eu acho que a Câmara está de parabéns, temos mesmo que valorizar quem faz história na cidade. O Agenor tem um papel fundamental dentro de toda a construção da cidade. Ele faz parte da identidade cultural de Rio Pardo. Quando se fala em Agenor Ribeiro Neto, os olhos das pessoas até brilham. Eu estava observando ali da mesa enquanto ele falava, o olhar de cada um presente. Essa cerimônia serviu de inspiração para todos que estavam lá por tudo o que ele é e representa, mas inspiração também no sentido de sairmos daqui com um ar de esperança. As crises acontecem, passamos por elas, mas jamais podemos desistir. Como gestores culturais, temos um papel fundamental na vida do cidadão. Quando a gente tira uma criança ou adolescente da rua para ir para o esporte, para dança ou para o teatro, estamos agindo diretamente na formação dele como indivíduo. É muito importante sabermos a nossa missão dentro dessa área cultural”.

Francisco Bragueta, ex-presidente do DEC, também falou sobre Agenor. “Foi uma restauração dos valores que precisavam ser recuperados através do Agenor, que tanto fez pela cidade. Foi uma coisa muito bonita o que a Câmara fez. Foi uma sessão lindíssima, ficamos muito felizes. Trabalhar ao lado do Agenor é uma loucura sadia. Não estávamos acostumados com as ideias dele, não acreditávamos que daria certo. Por incrível que pareça, sempre dava. Trabalhar com ele no FEMP valeu muito a pena. Foi uma grande perda não só para São José, mas para o Brasil todo ele (FEMP) ter sido encerrado”.

Lúcia Helena Vitto, ex-diretora de cultura, afirmou:

“Esse título era uma lacuna muito grande que faltava na vida do Agenor por tudo o que ele fez. São José do Rio Pardo resgatou o que tinha com Agenor, dando a ele o título de cidadão rio-pardense. Trabalhei com ele durante 30 anos e foi um grande aprendizado. Nós somos mais que amigos, somos irmãos, por tudo o que aprendi com ele. Estive ao lado dele no FEMP, no Polo e na Fábrica de Expressão. Tudo o que nós trilhamos juntos foi muito bom. Fico muito emocionada por terem feito isso. Porque às vezes as pessoas não são reconhecidas”.

O jornalista Marco Aurélio Cerávolo de Mendonça, um dos idealizadores do FEMP, que atualmente mora em Poços, comentou: “Durante o período que Agenor esteve à frente do DEC, trouxe muita alegria para a cidade com eventos. Ele é muito habilidoso, tem uma capacidade grande de realizar e de aglutinar as pessoas, tudo o que ele fez foi muito bem sucedido. Foi uma justa homenagem”.

Pedro Giantomassi, vereador que indicou Agenor para receber o título, disse: “É muito emocionante para mim homenageá-lo, pois nasci na época dele. Eu cresci no meio de toda aquela alegria, entretenimento, competições, eventos que São José tinha. Para mim aquilo parecida normal, eu mal via o que tinha por trás daquilo, que era uma pessoa com um coração enorme. Hoje, na posição de vereador, ter a oportunidade de indicar ele ao título é muito gratificante. Eu até havia estranhado o motivo dele não ter recebido isso antes, porque já faz quase 10 anos que ele saiu de São José. Nossa cidade tem uma dívida muito grande com ele e felizmente pudemos dar o devido reconhecimento”.