Gazeta Do Rio Pardo

Autoescolas explicam mudanças no processo de habilitação

Exame de ônibus para categoria de habilitação D

Categoria profissional dispensa aulas teóricas mas têm vários requisitos

O número de carteiras de habilitação válidas no Brasil cresceu 38% na última década, saltando de 53,9 milhões de CNHs em 2011 para 74,3 milhões em 2020, segundo dados divulgados pelo governo, considerado algo acima da população do país, que cresceu cerca de 10% durante o mesmo período.

Até o ano de 2014, segundo publicado pela Folha de São Paulo, o número de habilitações crescia mais que 5%. A partir de 2015, quando o país entrou em recessão econômica, o aumento desacelerou. Entre 2018 e 2019, o crescimento foi de 2,9%. Gazeta do Rio Pardo procurou algumas autoescolas do município para saber sobre como anda o processo para emissão de CNH atualmente.

Processo de habilitação

Tânia Rodrigues, representante da autoescola Antares, explicou que o primeiro passo para tirar CNH é estar com a documentação correspondente a pessoa física atualizada. “O Detran não aceita RG feito antes de 2016, é preciso atualizar. Após a atualização do RG, é preciso agendar exames médicos. O agendamento é feito pelas autoescolas por meio de um sistema digital”, disse.


Tânia Rodrigues, representante da autoescola Antares

A taxa dos exames são fixadas e podem sofrer aumento anual. “O exame de vista é R$105,00 reais e o psicotécnico R$123,00”, informou Tânia.

Após os exames, o aluno deve se matricular no curso teórico, o CFC ( Curso de Formação de Condutores).

O curso teórico custa em torno de 290 reais e dura nove dias. O intuito do CFC é ensinar sobre o trânsito e suas leis, além do funcionamento dos veículos e tudo o que envolve o processo da CNH.

Na Antares, assim como na maioria das autoescolas, são montadas duas turmas para que o aluno escolha o melhor horário de acordo com sua disponibilidade.

Após o CFC, o cidadão paga as taxas bancárias. “Este ano, o valor para emitir a CNH é R$116,50 e R$43,96 por exame. Uma das taxas nesse valor é para o exame teórico, e as outras duas, para o exame prático de carro e moto, caso o aluno opte por CNH AB. Após o pagamento das taxas, a pessoa já pode fazer os exames”, informou Tânia.

Antes das provas, os alunos precisam fazer 20 aulas práticas. A biometria é apresentada antes do início das aulas e também após o término, para comprovar que o aluno participou da aula prática.

O valor das aulas práticas varia de acordo com a autoescola escolhida.

Luciane Colpani Felice, da autoescola Líder, também concedeu entrevista ao jornal, e falou sobre a atualização do sistema Detran para emissão da CNH.

Luciane Colpani Felice, autoescola Líder

“Depois das atualizações que o sistema Detran fez por conta da pandemia, conseguimos abrir o processo para a CNH diretamente pela autoescola. O sistema Detran passou por atualizações e modificações devido a pandemia, então precisamos nos adequar para fazer atendimentos. Para os candidatos a CNH, foi liberado para que fizessem as matrículas diretamente nas autoescolas. É o sistema que libera a guia do exame médico e psicotécnico. Antes fazíamos um encaminhamento ao Detran, atualmente não é mais necessário, liberamos aqui mesmo”, disse.

A Líder oferece turmas de CFC no período da manhã e também à noite para facilitar o processo de habilitação do aluno.

Luciana explicou sobre as provas. “A teórica é feita diretamente no Detran. Assim que o aluno passa na prova, já está liberado para as aulas práticas”, afirmou.

A entrega da CNH também mudou. “Antes a autoescola retirava esse documento no Detran, hoje não funciona mais dessa forma. Agora o aluno paga uma taxa de emissão, e a CNH é entregue diretamente no endereço da pessoa pelos Correios”, informou.

Categoria Profissional

As categorias profissionais- D e E, podem ser solicitadas após dois anos em que o cidadão emitiu a CNH AB.  No entanto, a CNH D é uma das categorias de habilitação que possui mais requisitos para ser conquistada. Em termos de exigência de experiência do motorista, fica atrás apenas da categoria E.

Isso ocorre, pois, com a CNH D em mãos, o motorista pode conduzir veículos para o transporte de passageiros com capacidade para mais de 8 pessoas, sem contar o motorista. Na prática, quem possui a CNH D pode dirigir ônibus, micro-ônibus, vans, além de todos os veículos que fazem parte das categorias B e C.

Antes de iniciar a adição de qualquer categoria na CNH, o seu documento deve estar em situação regular, não pode estar suspenso, cassado ou com qualquer outro tipo de bloqueio.

Como um dos requisitos para dar entrada na CNH D é ter experiência mínima de 2 anos na categoria B ou 1 ano na C, não é necessário realizar as aulas e prova teórica, até porque elas já foram feitas na primeira habilitação.

No entanto, é obrigatório realizar os exames de aptidão física e mental, fazer o exame toxicológico e aulas e prova prática.

Segundo Tânia, da autoescola Antares, o exame de vista e o psicotécnico para a CNH D custam em torno de 228 reais. “Após os exames o aluno deve pagar uma taxa bancária de R$160,00 e começar 20 aulas práticas com um micro-ônibus, no caso da categoria D”, disse.

Cada aula tem duração de 50 minutos e o aluno precisa concluir as 20 aulas práticas para depois fazer o exame.

“A Antares tem também a categoria E para ser disponibilizada. Abrangemos também outras cidades, como Mococa, Igaraí e Tapiratiba”, explicou.

A autoescola Líder também está iniciando a formação para categoria D no município. “Estamos ampliando nosso leque de atendimento, para a categoria D, que é profissional”, disse Luciane.

Ricardo da Silva Matos, da autoescola Kaká, falou detalhadamente sobre a categoria D.


Ricardo da Silva Matos, autoescola Kaká

“A categoria D é algo muito importante para o currículo. Muitas empresas quando vão contratar um funcionário, exigem que ele tenha essa categoria na CNH. Os veículos de categoria C, também podem ser conduzidos por quem tem a D. No mercado ela é muito importante”, ressaltou.

Segundo Kaká, quando o motorista pretende conduzir transporte escolar, ou qualquer tipo de transporte coletivo, além da categoria D, ele precisa ter um curso específico para este determinado tipo de transporte.

“Para tirar categoria D, o aluno leva em média, no máximo dois meses. Primeiro tem todo o processo de exame toxicológico, de vista e psicotécnico. O próprio aluno pode fazer os exames por conta própria e já chegar com eles prontos na autoescola, não tem problema nenhum, nesse caso só agendaríamos as aulas. Porém, a autoescola também faz todo esse agendamento”, explicou. 

Kaká informou que a CNH D é definitiva, e que não existe um tempo de permissão para ela, como no caso da A e B.

CNH Digital

O profissional ainda deu uma dica: “Antes mesmo do condutor receber a CNH impressa, ele pode baixar o aplicativo CNH Digital que tem o mesmo valor perante a lei da CNH impressa. As pessoas não devem ter medo de apresentar a CNH digital. Ela também é válida”, afirmou.

A CNH digital está disponível para o sistema operacional Android e iOS.

No aplicativo, use a senha de acesso ao Portal do Senatran (o login é seu CPF) e digite o código de ativação. O aplicativo vai pedir a criação de uma senha simples, de quatro números, que você deve digitar sempre que acessar a CNH Digital. Mesmo off-line, ou seja, sem internet, será possível acessar a habilitação no seu telefone celular.

 Com informações do blog “Gringo”