Para que o prejuízo seja mínimo, Secretaria Estadual está trabalhando na construção de um programa de recuperação
Dia 6 de agosto foi comemorado o “Dia Nacional dos Profissionais da Educação” e, por conta disso, a dirigente da Diretoria Regional de Ensino de São João da Boa Vista, Sílvia Helena Dalbon Barbosa, deu entrevista à Difusora. Ela explanou sobre o retorno das aulas presenciais, entre outros assuntos.
Retorno incerto
Inicialmente as aulas presenciais no estado de São Paulo estavam previstas para retornar dia 8 de setembro. A data foi alterada para o dia 7 de outubro, com 35% dos alunos em sala de aula em sistema alternado. Silvia explicou o assunto.
“Dia 7 de outubro foi uma previsão estabelecida pelo governo do estado de São Paulo. Nós não temos nenhuma definição de que será dia 7, ou que essa data será protelada. Dependemos das autoridades da saúde, porque tudo está sendo feito em conjunto com a saúde, para que essa data seja realmente estabelecida. Quanto a questão do percentual dos alunos, existe sim essa questão que já foi divulgada para a primeira fase do retorno presencial, e pretende-se mesmo que seja feito o rodízio com 35% dos alunos por vez”, contou.
“Já tivemos algumas reuniões com a Secretaria da Educação e estamos trabalhando na construção de um programa de recuperação e aprofundamento de aprendizagem. Se realmente retornarmos dia 7, esse trabalho tem que começar rapidamente, ou assim que retornarmos. Isso implica uma readequação do currículo, com a construção de materiais específicos já adaptados para essa recuperação. Serão como um ciclo de aprendizagem onde serão revistas e reforçadas as aprendizagens de 2020 e acrescentadas as de 2021. Está sendo feito um estudo de tudo o que é essencial para os alunos, elaborado um material e a formação dos envolvidos para que esses alunos tenham um prejuízo mínimo”, informou.
Medidas do protocolo
“A Diretoria Regional de Ensino tem trabalhado muito em conjunto com os diretores das escolas, os professores, coordenadores, para que eles sejam capacitados nesse momento para trabalhar com os professores, que estão recebendo orientações e informações para aulas remotas, e também orientações a respeito dos cuidados de prevenção. Todos trabalharão com equipamentos de proteção individual e protocolos de saúde. E a questão do atendimento ao público nas escolas, será somente em casos excepcionais e com agendamento”, disse a dirigente.
“No interior da escola terá a distância recomendada entre os alunos, no mínimo 1,5 m. Faremos organização no horário de merenda, porque não serão tirados todos os alunos da sala de aula no mesmo horário, como de costume. As escolas já estão recebendo os equipamentos de higienização”, informou.
Aulas virtuais
“Para nossa surpresa, as aulas virtuais foram mais fáceis do que eu esperava. Nós temos na Diretoria de Ensino uma equipe que já estava trabalhando algum tempo para que isso acontecesse. Esse trabalho remoto, com a utilização da tecnologia, é muito viável para nós, porque é impossível que os profissionais estejam em todos os municípios ao mesmo tempo. A tecnologia trouxe essa facilidade. A dificuldade era que todos os professores e as demais pessoas envolvidas, conseguissem fazer isso ao mesmo tempo”, continuou.
“O que percebemos com relação aos alunos, é que existe uma dificuldade de organização com o acompanhamento das aulas. Às vezes o aluno não sabe onde entrar, ou ele entra em uma aula que não é para ele. As escolas têm buscado orientar esses alunos. E os nossos professores, de uma maneira geral, merecem todo reconhecimento porque não é fácil esse trabalho remoto”, destacou.
“Pode ser que ocorram as aula híbridas. Enquanto todos não estiverem presencialmente na escola, terá que ocorrer de alguma maneira. Ainda não tivemos um martelo batido com relação a isso, porque está sendo tudo construído, nosso secretário conversa muito com a rede e nos ouve muito. Primeiro precisamos ter a permissão para o retorno presencial, para cumprir as etapas. Enquanto 100% dos alunos não puderem retornar presencialmente, aqueles que estiverem em casa precisarão ser atendidos de alguma maneira”, disse Silvia.
Solidariedade
“Me sinto privilegiada e estou muito satisfeita com tudo o que os nossos municípios vêm fazendo. Temos uma rede estadual de quase 32 mil alunos, são 69 escolas estaduais. Isso sem contar as particulares e municipais. Infelizmente temos municípios, com lugares que não tem internet. Por mais que se faça, esse aluno não vai ter acesso, mas a disponibilidade, a vontade das pessoas é tanta, que nesses mesmos lugares, em alguns deles, temos pessoas que trabalham na escola, que moram distantes, que levam as atividades impressas. Alguns funcionários fizeram postos de atendimentos aos alunos que moram em distritos e zonas rurais em suas casas. Nas cidades que não conseguimos fazer isso, pegamos os carros da Diretoria de Ensino e fomos entregar as atividades para os alunos em suas casas. A vontade de que o aluno consiga ser de alguma forma atendido, é muito grande, e todo mundo ajuda”, encerrou.