Além da cebola, São José do Rio Pardo já conta com plantações de uva, pêssego e caqui
Na entrevista concedida ao “Jornal do Meio Dia” da Difusora FM no dia 13 de julho, Claudinei Minussi (Nei), presidente do Sindicato Rural de São José do Rio Pardo, declarou que o município continua desenvolvendo o projeto piloto de batata orgânica no estado de São Paulo, em parceria com o Senar-SP. E mencionou ainda que vem crescendo cada vez mais o plantio de frutas em São José, principalmente uva, pêssego e caqui. Com isso, a diversificação agrícola, mesmo em tempo de pandemia, continua.
“Praticamente todos os setores foram afetados com essa pandemia, a agricultura também não escapou. Mas não alterou muita coisa, os produtores já estavam fazendo os plantios antes de começar. Diminuiu, mas não foi uma queda muito significativa. O produtor já tinha uma programação e cumpriu com ela. Mas a pandemia deu uma esfriada e plantou-se um pouco menos”, explicou Nei Minussi.
“O que está afetando um pouco a agricultura é que caiu muito a venda de alguns produtos, como hortifrúti. As escolas estão fechadas e consomem cerca de 25% da parte de hortifrúti, e como estamos em uma região que planta hortaliças, afetou por isso”, continuou. “Em paralelo a isso, esse ano foi muito bom, fez frio cedo, e trabalhamos com produtos que são do inverno, então a produção está sendo alta. Cebola, beterraba e cenoura estão com uma colheita alta”.
Cursos
O Sindicato Rural tem uma parceria com o Senar e proporciona cursos para os rio-pardenses interessados. “Atualmente o Sindicato Rural trabalha muito com cursos. Sentimos a crise em março e abril, e não podíamos fazer nada, mas hoje o Senar já liberou os cursos com no máximo 12 pessoas. Então já voltamos as atividades. Trabalhamos mais focados no produtor rural, mas isso não impede quem more na área urbana de fazer o curso. É tudo gratuito, a pessoa faz o curso, recebe o certificado, e até a parte da alimentação o Senar banca. É algo muito interessante”, assegurou.
“Hoje em São José do Rio Pardo tem dois cursos que quero trabalhar mais, que mais anseia a cidade. O turismo rural, que acredito que irá crescer muito na região, e curso de orgânica, que irá crescer no mercado. Inclusive estamos fazendo um curso piloto de batata orgânica que está sendo pioneiro no estado de São Paulo. O Senar escolheu São José para fazer o plano piloto”, revelou.
Orgânicos
“Atualmente as empresas que fabricam defensivos agrícolas estão trabalhando com produtos naturais, que têm poucos agrotóxicos. Hoje temos muitos produtos biológicos que conseguimos usar e produzir em alta escala, sem usar o agrotóxico. Se o produtor tiver o certificado de orgânico, consegue vender o produto mais caro. É bem difícil conseguir o selo orgânico, muitos produtores praticamente não usam defensivos, fazem orgânicos, mas como não têm esse selo, não podem agregar valor acima disso”, lamentou Nei. “Para conseguir o selo é preciso contratar uma empresa e fazer todo o preparo de solo, desinfetar, tem que ter toda uma estrutura”.
Diversidade
“A área de frutas está crescendo muito em nossa região, que é bem propícia a isso. Como os produtores eram muito ligados a cebola, não se pensava nas frutas. Mas hoje as coisas mudaram. São José do Rio Pardo já tem plantação de uva, pêssego, caqui. É uma cidade abençoada, temos muita diversidade e isso está crescendo”, garantiu.
2050 e Agricultura
Claudinei faz parte do grupo gestor do projeto Rio Pardo 2050, e falou um pouco sobre a importância e andamento da implementação dele no município: “Os diagnósticos do agronegócio e do urbano estão bem adiantados. Vai fazer dez meses que estamos trabalhando nesse projeto, e a cada dia que vamos discutindo, vamos descobrindo o que é esse projeto. É algo que tenho certeza que irá fluir, e recomendo que o cidadão rio-pardense acompanhe e entenda o que é o projeto. As pessoas às vezes ficam esperando a cidade fazer algo por elas, mas elas precisam fazer algo pela cidade, exercer o papel de cidadão. As pessoas precisam se envolver, esse projeto é uma oportunidade fantástica. Temos atualmente 75 empresários envolvidos nisso, pessoas de opinião abraçaram ele e está vindo com muita força”.
Projeto da batata orgânica está em pleno andamento
Rodrigo Vieira de Morais, da Casa da Agricultura, confirmou esta semana que o projeto piloto de batata orgânica oferecido pelo Senar-SP está em pleno andamento em São José do Rio Pardo, sendo desenvolvido graças à parceria da Casa da Agricultura com o IAC de Mococa.
“O IAC possui um trabalho a longo prazo de melhoramento de batatas resistentes a doença da murchadeira e doenças de solo e está para fazer o lançamento destes cultivares no mercado. São materiais rústicos, recomendados para a produção de baixa escala e produção orgânica. Neste sentido, a parceria foi feita para calibrar o manejo orgânico e testar estas variedades para lançamento deste curso ao público de agricultores familiares do estado de São Paulo a partir do ano que vem”, informou ele.
Esse curso ou projeto de batata orgânica, segundo ele, está sendo realizado no sitio do agricultor José Carlos Dias, local onde já foram realizados um curso de olericultura orgânica e dois cursos de tomate orgânico. “E a lavoura de batata orgânica está muito bonita”, assegurou Rodrigo.