Gazeta Do Rio Pardo

Cebola acaba, mas poucos tiveram lucro

Maioria dos catadores de cebola trabalhou este ano através do Condomínio Rural

Preço foi ótimo no geral, mas área plantada foi pequena em São José do Rio Pardo

A safra da cebola praticamente acabou em São José do Rio Pardo, com os preços, na roça, terminando bem mais baixos: entre R$ 70 e R$ 40 o saco de 45 quilos. Ainda assim, nenhum produtor perdeu dinheiro este ano, uma vez que o custo, por saco, é de R$ 30 aproximadamente. Com isso, os poucos produtores que plantaram tiveram lucro, já que em boa parte da safra o preço esteve sempre acima dos R$ 100 o saco.

Este bom resultado de 2019, no entanto, não deverá levar muitos dos que não plantaram cebola este ano a uma corrida às lojas de sementes em 2020, para voltarem a plantar. A previsão é de Rodrigo Vieira de Moraes, zootecnista da Casa da Agricultura, que aponta um fator decisivo: a descapitalização. Sem dinheiro, ele acha que a maioria dos ex-cebolicultores não se arriscará numa aventura incerta com o produto no próximo ano.

Com isso, a área plantada em São José do Rio Pardo, que em 2019 foi entre 300 e 350 hectares, como previsto pela Casa da Agricultura e pelas lojas de sementes, deverá subir para um máximo de 400 hectares no ano que vem, segundo o zootecnista.

Lavouras de inverno

Quanto ao produtor de lavouras de inverno – cebola, cenoura, beterraba, couve-flor – Rodrigo recomenda que faça, neste período de verão, uma análise do solo para ver se há necessidade de calagem (jogar calcário na terra). Recomenda também o plantio de uma adubação verde para engordar o solo nesse período de seca e, no inverno, diminuir o custo com adubação e defensivos.

“Se o produtor tiver interesse em fazer esse plantio com essa adubação verde, ele pode vir na Casa da Agricultura que a gente tem o telefone do fornecedor que tem a semente, tem os materiais adequados para isso”, lembrou.

Sem problemas

Não há informações de que tenham ocorrido problemas trabalhistas na colheita da cebola este ano no município. Isso se deveu ao fato de que a maioria dos produtores optou por usar a mão de obra do Condomínio Rural para os registros dos catadores, o que os livrou de dificuldades trabalhistas.

Quanto à qualidade da cebola de 2019 em São José do Rio Pardo, Rodrigo assegura que foi boa no geral. Não houve registros de doenças na produção e na colheita, o que também contribuiu para o bom resultado. Também não se ouviu falar de “calotes” de compradores contra produtores, que parece terem escolhido bem seus clientes este ano. “Uma pena que a área plantada foi pequena em São José e poucos produtores ganharam dinheiro aqui”, concluiu Rodrigo.