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Retorno das aulas presenciais é adiado para o dia 8 de fevereiro

Silvia Helena Dalbon, dirigente regional de ensino, detalha como serão os cuidados com os alunos, do transporte às salas de aula

A dirigente regional de ensino, Silvia Helena Dalbon, responsável pela Diretoria Regional de Ensino (DRE) de São João da Boa Vista e Região, incluindo São José do Rio Pardo, concedeu uma entrevista para a Gazeta do Rio Pardo e Rádio Difusora no dia 21 de janeiro, quinta-feira. Até o dia da entrevista, as aulas presenciais estavam com o retorno confirmado para o dia 1º de fevereiro. Ontem, 22, o Governo do Estado anunciou durante a coletiva de imprensa da reclassificação do Plano SP, o adiamento das aulas presenciais para o dia 8 de fevereiro.

João Doria afirmou que será suspensa a obrigatoriedade da presença dos alunos nas salas de aula enquanto o estado estiver nas fases laranja ou vermelha, as mais restritivas do Plano São Paulo. Antes, pelo menos um terço da carga horária deveria ser cumprido de forma presencial pelos estudantes, mesmo nessas fases da pandemia. Segundo ele, quando as regiões chegarem na fase amarela, a situação mudará.

Apesar do adiamento, as escolas estarão abertas a partir de 1º de fevereiro, de acordo com o governo do estado, para receber os alunos mais vulneráveis. Além disso, a primeira semana de fevereiro será dedicada para reforçar a formação dos professores e a comunicação com as famílias sobre os protocolos de retorno.

Silvia comentou que as escolas estão preparadas para o retorno presencial.

“O que é importante salientar, é que todas as providências para que esse retorno possa ocorrer com a máxima segurança, já vêm sendo tomadas desde o ano passado, quando um terço das nossas escolas do estado já retornaram presencialmente, em outras regiões. Ou seja, um terço das 5.200 escolas do estado já estão com essas aulas presenciais desde setembro do ano passado”, lembrou.

“Nossas escolas já estão sendo preparadas com insumos comprados e encaminhados pela própria Secretaria da Educação, com recursos financeiros destinados às escolas, onde os diretores já fizeram as adequações necessárias para esse retorno, com construção de lavatórios, adequações de banheiros, cozinhas”, prosseguiu a dirigente.

Condições sanitárias em dia

Segundo Silvia, os municípios possuem condições sanitárias para esse retorno. “Nos primeiros 15 dias, segundo ela, independente da fase do Plano SP que a cidade e região estiverem, poderão retornar só até 35% dos estudantes”, declarou.

Maioria dos pais quer

Silvia Helena Dalbon durante a entrevista

“Ouvimos muitos pais falando que não irão enviar seus filhos à escola. Mas, da mesma forma que temos pais reticentes em mandar as crianças à escola, temos uma parcela maior que está cobrando o retorno das aulas. Muitos pais precisam trabalhar, precisam ter seus filhos assistidos, e também pela própria saúde. Percebemos que o estudante na escola está muitas vezes mais protegido do que se ele não estivesse lá”, ponderou ela.

“Temos que lembrar que alguns estudantes têm uma situação financeira e social melhor definida, que tem como suprir a carência da escola em alguns aspectos, como o cognitivo. Recebemos notícias de que muitos pais estavam pagando professores particulares para os seus filhos. Mas nosso pensamento vai sempre atender a maioria, queremos beneficiar e atender as necessidades deles. Infelizmente a grande maioria não tem acesso a essa possibilidade”, prosseguiu Silvia.

Ela lembrou na entrevista que este ano será exigida a frequência mínima de 75% dos dias letivos, como prevê a legislação, para que o aluno dê sequência em seus estudos.

Vacinação

“O nosso secretário estadual da educação vem lutando para que os profissionais sejam vacinados. Ele vem falando isso desde antes da vacina. Agora, com maior empenho da Secretaria nesse sentido, o secretário Rossieli Soares está fazendo o possível para colocar os profissionais da educação nessa fase inicial da vacinação. Acredito que tudo que puder ser feito para isso acontecer, será feito”, previu.

Até por conta disso, o retorno das aulas deverá ocorrer de forma regionalizada e escalonada, de acordo com os Departamentos Regionais da Saúde, obedecendo aos critérios de segurança estabelecidos pelo Centro de Contingência do Coronavírus. 

Percentuais permitidos

Após um período de duas semanas, se uma região estiver nas fases vermelha ou laranja do Plano São Paulo, as escolas da educação básica, que atendem alunos da educação infantil até o ensino médio, poderão receber diariamente até 35% dos alunos matriculados. Na fase amarela, elas ficam autorizadas a atender até 70% dos estudantes; e na fase verde, até 100%.

Os cuidados básicos, porém, segundo Silvia, independem da porcentagem de alunos e da fase em que a região se encontra. Os protocolos seguidos, serão os mesmos. As medidas sanitárias irão continuar: os estudantes terão que utilizar máscara, lavar as mãos sempre que possível, utilizar álcool em gel constantemente, não deverá haver troca de materiais entre estudantes, não deverão aproximar as carteiras junto com os demais.

“O horário do recreio também deverá ser adequado, porque não poderemos ter uma quantidade grande de estudantes para se alimentarem ao mesmo tempo”, advertiu a dirigente regional, lembrando que o rodizio será organizado por cada escola, levando em conta os alunos matriculados e os transportados.

Transporte de alunos

“Temos que garantir os protocolos de segurança também no transporte, não poderá haver lotação. Os diretores de cada escola deverão levar em consideração o número de alunos, o número dos transportados, e o número de alunos com necessidades diferenciadas de atendimento, como um intérprete de libras, ou um que precise de um cuidador, deverá ser feito um escalonamento dividindo os alunos presentes na escola, em até um terço a cada dia. Esse escalonamento pode vir a acontecer de uma forma que o aluno vá para a escola um dia na semana, ou dois, neste primeiro momento. Dependerá de todas essas variáveis”, disse Silvia.

“Não será como era antes da pandemia. Nesses primeiros 15 dias de abertura vamos reaprender. Tanto os profissionais como os estudantes. Teremos que trabalhar juntos para construir uma nova cultura de comportamento dentro da escola. Desde a abertura dos portões, aferição da temperatura, o aluno que estiver com a temperatura acima do limite estabelecido não vai poder ficar na escola. O aluno gripado, doente, também não. Tudo isso será observado. São protocolos sanitários estabelecidos pela Secretaria de Saúde, que garantem que se forem seguidos corretamente, o risco de contaminação, é mínimo”.

Silvia acredita que a maior parte dos estudantes “está gritando por isso (retorno presencial às aulas), precisam voltar. O prejuízo que estão tendo é grande demais”, concluiu.

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